Moscou
e Pequim querem assinar um acordo de
cooperação e parceria na área de segurança na internet ainda no a reunião da cúpula da APEC (Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico) em
Pequim, marcada para novembro. Mas algumas
fontes afirmaram que o acordo poderá ser mais complexo e vai requerer acertos detalhados. O diretor do Instituto russo de Pesquisas Políticas,
Serguei Markov, entrevistado pela Voz da Rússia, explicou alguns
aspectos do acordo:
“O acordo russo-chinês no
domínio de segurança cibernética abrange vários aspectos. Tal convênio
sobre a adoção de medidas de confiança no ciberespaço será uma espécie
de pacto de não-agressão eletrônica. É inevitável que as relações entre a Rússia e a
China tratem dos EUA. Rússia e os EUA já
assinaram um acordo de segurança cibernética, mas ele não proporcionou uma confiança recíproca completa. Nos
últimos anos os EUA causaram muitos conflitos
militares em vários pontos do globo e violaram um várias normas internacionais; daí existe a probabilidade de os EUA “se
esquecerem” desse acordo feito com a Rússia, afirmou a notícia do site Voz da Rússia. A China também não confia muito nos EUA. Deste
modo, a Rússia e a China não afastam a hipótese de eventuais provocações
por parte dos EUA. Uma outra ameaça à ordem mundial são os movimentos
radicais como o Estado Islâmico. Esses grupos extremistas podem ser
combatidos só através de esforços conjuntos”.
Na visão dos peritos, a preparação de um acordo russo-chinês sobre ciberespionagem ilustra o desejo dos dois países de colaborar em todas as
esferas. Quando comparadas com os EUA, Rússia e China demonstram enfoques mais reais e objetivos sobre os problemas atuais de
segurança cibernética e de administração da Internet, salienta Serguei Markov:
“Como
o maior jogador no espaço informático, os EUA não se interessam por
quaisquer limitações. Numa guerra cibernética, Washington espera sair
vencedor. Por isso, a Rússia, a China e os outros países estão
interessados em impedir isso. Atualmente,
a Internet abrange todas as esferas da atividade humana. Por isso, os
piratas informáticos podem, por exemplo, explodir uma usina
atômica ou paralisar a vida em uma megalópole. O metrô, as redes de
eletricidade e outros sistemas estão ligados à Internet. A Rússia e a
China vão colaborar para criar os alicerces da segurança
internacional nessa esfera importante”.
Especialistas no assunto advertem que a comunidade mundial deverá criar leis eficientes nesse assunto. Não se pode excluir a
hipótese de um país, respondendo a um ataque virtual, poder retaliar com
o uso de armas reais. Se o acordo russo-chinês na
esfera de segurança cibernética for um sucesso, ele poderá lançar as
bases para um documento análogo a ser celebrado pelos BRICS (Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul) e,
depois, a nível internacional.
Esclarecimento: a notícia foi adaptada para o português do Brasil e condensada para fins didáticos (alunos de ensino fundamental e médio do ensino básico) em 11 de janeiro de 2015.
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