Moscou
e Pequim querem assinar um acordo de
cooperação e parceria na área de segurança na internet ainda no primeiro semestre de 2015. Talvez isso aconteça na reunião da cúpula da APEC (Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico) em
Pequim, marcada para novembro. Mas algumas
fontes afirmaram que o acordo poderá ser mais complexo e vai requerer acertos detalhados. O diretor do Instituto russo de Pesquisas Políticas,
Serguei Markov, entrevistado pela Voz da Rússia, explicou alguns
aspectos do acordo:
“O acordo russo-chinês no
domínio de segurança cibernética abrange vários aspectos. Tal convênio
sobre a adoção de medidas de confiança no ciberespaço será uma espécie
de pacto de não-agressão eletrônica.É inevitável que as relações entre a Rússia e a
China tratem dos EUA.Rússia e os EUA já
assinaram um acordo de segurança cibernética, mas ele não proporcionou uma confiança recíproca completa. Nos
últimos anos os EUA causaram muitos conflitos
militares em vários pontos do globo e violaram um várias normas internacionais; daí existe a probabilidade de os EUA “se
esquecerem” desse acordo feito com a Rússia, afirmou a notícia do site Voz da Rússia. A China também não confia muito nos EUA. Deste
modo, a Rússia e a China não afastam a hipótese de eventuais provocações
por parte dos EUA. Uma outra ameaça à ordem mundial são os movimentos
radicais como o Estado Islâmico. Esses grupos extremistas podem ser
combatidos só através de esforços conjuntos”.
Na visão dos peritos, a preparação de um acordo russo-chinês sobre ciberespionagem ilustra o desejo dos dois países de colaborar em todas as
esferas. Quando comparadas com os EUA, Rússia e China demonstram enfoques mais reais e objetivos sobre os problemas atuais de
segurança cibernética e de administração da Internet, salienta Serguei Markov:
“Como
o maior jogador no espaço informático, os EUA não se interessam por
quaisquer limitações. Numa guerra cibernética, Washington espera sair
vencedor. Por isso, a Rússia, a China e os outros países estão
interessados em impedir isso. Atualmente,
a Internet abrange todas as esferas da atividade humana. Por isso, os
piratas informáticos podem, por exemplo, explodir uma usina
atômica ou paralisar a vida em uma megalópole. O metrô, as redes de
eletricidade e outros sistemas estão ligados à Internet. A Rússia e a
China vão colaborar para criar os alicerces da segurança
internacional nessa esfera importante”.
Especialistas no assunto advertem que a comunidade mundial deverá criar leis eficientes nesse assunto. Não se pode excluir a
hipótese de um país, respondendo a um ataque virtual, poder retaliar com
o uso de armas reais. Se o acordo russo-chinês na
esfera de segurança cibernética for um sucesso, ele poderá lançar as
bases para um documento análogo a ser celebrado pelos BRICS (Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul) e,
depois, a nível internacional.
Esclarecimento: a notícia foi adaptada para o português do Brasil e condensada para fins didáticos (alunos de ensino fundamental e médio do ensino básico) em 11 de janeiro de 2015.
Leia a notícia original (em português de Portugal):
Em
1978 os computadores pessoais eram subaproveitados mas isso mudou
quando Robert Frankston, estudante de economia, e Daniel
Bricklin, programador, uniram-se para criar o Visicalc
(figura 1), que foi o software que introduziu
definitivamente os microcomputadores nas empresas. O
software vendeu em pouco tempo 500 mil cópias originais, mas fez
mais que isso: estabeleceu as regras das planilhas de cálculo, que
ainda seguem o mesmo padrão (CALBUCCI, 1991).
Depois
do Visicalc, surgiu em 1982 o Lotus 1-2-3, criado por Mitchel
Kapor e Jonathan Sachs, que incorporou muitos recursos e novas
funções, como manipulação de gráficos, editoração de
relatório, construção de planilhas em três dimensões, ou seja,
colocadas uma atrás da outra (CALBUCCI, 1991).
Figura
1. Planilha Visicalc. Fonte: Dan Bricklin (2014)
A célula foi o padrão
estabelecido como unidade de cálculo desde o Visicalc (figura
1). As células são denominadas pela coluna seguida da linha. A
numeração das colunas é feita com letras começando no canto
esquerdo da planilha (A, B, C, D, etc.) e a das linhas por números
começando na parte superior (1, 2, 3, etc…). As células podem
conter três tipos de dados: números (inclusive fórmulas), textos e
funções (ou comandos). (CALBUCCI, 1991). Veja na figura 1 que a
coluna A explica o que foi pago, a coluna B são os pagamentos
feitos, a coluna C a dos depósitos e a coluna D é o balanço, ou
seja, quanto ficou de saldo na conta (positivo ou devedor).
Naquela
época havia também um software chamado T-Calc, criado pela
Microsoft para rodar nos seus computadores Tk-83 e Tk-85, fabricados
por sua subsidiária Microdigital. Ele vinha em fitas k-7 (já ouviu
falar?) e gravadores carregavam o arquivo no computador (veja as figuras2, 3 e 4).
O Tk-alc foi o “pai” da planilha mais famosa atualmente, isso
mesmo, o Excel.
Figura
2. Fita K7 armazenando software TK-alc.
Foto:
sidnei (dez. 2014)
Figura
3. Microcomputador
TK-85. Foto: sidnei (Dez. 2014).
Aparelho
com 16 Kb de RAM e que rodava na linguagem BASIC - Beginners
All-purpose Symbolic Instruction Code – em tradução livre “código
de instruções simbólicas para todos os propósitos para
iniciantes” (MICRODIGITAL, 1983, p. 3/1).
Figura
4. Periféricos de computador em 1984! Fonte da figura: Rio Gráfica (1984, p. 20).
Gravador K7 e drive de
disquete são coisas de museu, os demais foram grandemente
aperfeiçoados. O track ball foi rebatizado depois como “mouse”.
Planilhas
de Cálculo grátis da atualidade
Se
você usa o sistema operacional Windows e não e não tem dinheiro
para comprar um programa comercial, você tem a opção de baixar o
LibreOffice, que é grátis, livre e totalmente em
português. Ele possui editor de texto (Writer), planilha de
cálculo (Calc), apresentação de slides (Impress),
editor de desenhos (Draw) e banco de dados.
Figura
5. Gráfico avançado criado no Calc do LibreOffice 4.2.
Fonte:
Souza e Cavalcante (2014, p. 14).
Ótima
opção de trabalho livre e gratuita para a criação de planilhas de
cálculo e também para gráficos dos mais variados tipos. Em
breve vamos dar as dicas de uso eficiente deste software.
Figura
6. Detalhe da tela do Calc do LibreOffice 4.2.8
O
WPS (Writer, Presentation and Spreadsheets – Editor de Texto,
Apresentação e Planilha) foi criado por uma empresa de Beijing
(Pequim – China). É um ótimo programa, com visual lindo para
computadores (PC e Note) mas, infelizmente, a versão gratuita está em
inglês. Porém, a versão Android está toda em português e é o melhor
software editor (Texto, Planilha e Apresentação) para smartphones e
tablets que existe hoje em dia!
Figura
7. Tela do Spreedsheet (Planilha) do WPS para computadores.
Para
Saber Mais:
Downloads
de softwares livres
Para
computador:
1.
LibreOffice 4.2.8 – totalmente em português (versão estável de
dezembro de 2014).
2.
WPS
Office
para computadores (grátis). A versão grátis está em inglês e tem
uma boa performance, porém ainda não está disponível em nosso
idioma.A
versão grátis (WPS
HOME FREE) está
disponível
em: http://www.wps.com/windows/
Para
Smartphones e Tablets Android:
1.
Entre na Google Play Store e digite na barra de pesquisa WPS Office.
É o melhor pacote office para smartphones e tablets e vem totalmente
em português.
Esclarecimento:Todos
os nomes de marcas de softwares e de empresas comerciais foram
citados apenas para os objetivos educacional, científico e
tecnológico visando ao desenvolvimento das capacidades cognitivas
dos leitores deste blog mediante as liberdades fundamentais da
Humanidade, expressas na Carta dos Direitos Humanos da Organização
das Nações Unidas, aprovada e recepcionada pelo DECRETO Nº 19.841,
DE 22 DE OUTUBRO DE 1945 e reproduzida na Constituição da República
Federativa do Brasil de 1988 em seu artigo 5°, especialmente os
incisos IV, IX, XIII e XIV.
Referências
CALBUCCI,
Marcelo. Planilhas de Cálculo. Jornal Informativo da Computação
- JICO, número 6, ano I, novembro de 1991, p. 4-5. Rio Claro:
Unesp, 1991.
RIO
GRÁFICA. Micro Computador: Curso básico. Rio de Janeiro: Rio
Gráfica, 1984.
Microdigital.
TK-85 – Programação Basic: Manual de Operações. São
Paulo: Microdigital eletrônica. 1983.
SOUSA,
E. D.; CAVALCANTE, V (Eds). Lançamento: LibreOffice 4.2, a melhor
suíte office livre. LibreOffide Magazine, Ano 2 – Edição
9, fevereiro de 2014, p. 5-17. Disponível em:
http://pt-br.libreoffice.org/assets/Uploads/PT-BR_imagens/Magazine/LM-ED09.pdf
Acesso:
19 jun. 2014. Acesso: 19 jun. 2014.
1a
versão para o blog, concluída em 28 de dezembro de 2014 às 16:26.
sexta-feira, 26 de dezembro de 2014
Softwares livres úteis
À
esquerda estão os softwares proprietários mais conhecido e à direita os
melhores softwares livres equivalentes ou até mesmo melhores e grátis.
Observação:
o portal http://sourceforge.net contém a maioria dos melhores softwares
freeware open source disponíveis na atualidade. Geopolítica Digital é um blog de sidnei lopes ribeiro (aluno de pós-graduação do curso de especialização em Planejamento, Implementação e Gestão de EAD - PIGEAD, da Universidade Federal Fluminense (UFF), Junho de 2014). Professor de Geografia na Rede Estadual de São Paulo desde 1992.
A disputa de poder entre softwares proprietários e livres
Índice
1. Formatos
abertos e fechados
2. Steve
Jobs X Shockwave Flash daAdobe
3a. O caso
ODF (Open Document Format)
3b. Geopolítica: O
Brasil na defesa do Padrão ODT X EUA e a Microsoft
4. A Educação, os formatos e os REA 5. Softwares livres úteis
“Exceto a comunicação face a face; a
comunicação pessoal, interpessoal e social mediada por instrumentosserá uma comunicação operada por software. Software e comunicação
em rede dependem de padrões, protocolos e de formatos
(Sergio
Amadeu da SILVEIRA,
2012, p. 111).
Formatos Abertos
Autor: Sergio
Amadeu da Silveira in:
RECURSOS
EDUCACIONAIS ABERTOS: práticas colaborativas e políticas públicas
É um modo específico de codificar a informação
para armazenar e recuperar arquivos de computador. Formatos são
implementados por softwares, são digitais e podem ser fechados
(proprietários) ou abertos (livres).
Nos formatos
fechados os códigos
das instruções para o computador salvar e recuperar as informações
são secretos, patenteados ou licenciados em copyright pelo seu
desenvolvedor e são pagos e caros. O “.doc” da Microsoft, por
exemplo, é um formato fechado.
Formatos
abertos têm sua codificação
aberta e não estão submetidos a bloqueios legais de uso. Um exemplo
é “.odt” (open document text), “concorrente” do “.doc”
Formatos
são instrumentos de biopoder.
Condicionam
e em certas situações determinam nossa comunicação e nossa
memorização. Em uma sociedade informacional com o uso intenso de
softwares, a formatação do conjunto de informações e nossa memorização tornam-se dependentes de formatos digitais.
Assim, as corporações de tecnologia procuram lucrar muito a partir do controle dos formatos.
Assim
como nas cidades há disputas entre as classes sociais pela apropriação e usos dos espaços urbanos, os
formatos representam um padrão de uso da tecnologia, em uma
tentativa de monopolizar um dos seus segmentos por
corporações que, muitas vezes, aprisionam seus usuários.
Computadores só entendem 0 e 1 (linguagem binária)
Formatos
dizem como converter a informação para a linguagem binária
(computadores só entendem 0 e 1). A reconversão das
informações em código binário depende de conhecer as regras
de conversão dos softwares. Formatos delimitam o que e como pode ser
guardado, a quantidade de bits necessários
para o arquivamento e a qualidade de recuperação das informações.
Por
exemplo, o vídeo gravado em um formato proprietário poderá ser
aberto apenas pelos softwares de empresas ou comunidades de
desenvolvedores que saibam como implementá-lo por terem desenvolvido
sua codificação ou realizado a engenharia reversa necessária a sua
leitura e exposição.
Há muitos formatos de arquivos para diferentes tipos de
informação mas a maioria é incompatível entre si. Isto significa que se um arquivo for salvo em formato Adobe Flash (extensão .swf), só será aberto em
softwares com um plug-in especial do programa Flash Player,
que é um aplicativo leve (só 6 MB) somente de leitura, distribuído
gratuitamente pela Adobe.
A
propriedade de um formato de arquivo digital também dá ao seu dono
o controle sobre o software leitor do arquivo. Quando são proprietários,
o formato e o software que arquiva e lê informações digitais
integram um processo econômico que pode aprisionar seus usuários.
Sem acesso às instruções que compõem a conversão do formato ou
impedido de desenvolver a conversão por proibição legal, o usuário
de um formato proprietário teria um grande custo para trocar todos
os dados para se libertar de uma solução proprietária.
2. Steve
Jobs X Shockwave Flash daAdobe
Em
abril de 2010, o então líder da Apple, Steve Jobs, divulgou um
texto explicando os motivos porque a Apple não poderia usar
arquivos de extensão .swf
(Shockwave Flash File) para gerar animações pelo software
Adobe Flash. Jobs dizia claramente que era para a Apple não ficar
aprisionada à empresa Adobe.
No
texto, chamado Thoughts on Flash (http://www.apple.com/hotnews/thoughts-on-flash),
Jobs afirma que “os produtos Flash da Adobe são 100%
proprietários. Eles só estão disponíveis a partir da Adobe e a
Adobe tem autoridade exclusiva sobre a valorização futura,
preços etc. ” [...] Por basicamente qualquer definição, o Flash é um sistema fechado”.
Jobs
sabia que o padrão aberto é o que garante a liberdade de criação
e de ação de usuários e de desenvolvedores. Padrões fechados
colocam os usuários em prisões lógicas que os tornam completamente
dependentes dos desenvolvimentos das empresas que os dominam.
A argumentação de Jobs aponta os principais obstáculos das
soluções proprietárias para qualquer usuário que busque o mínimo
de autonomia de decisão sobre suas criações.
3a. O caso
ODF (Open Document Format)
Os
parágrafos deste item vêm do artigo “Guerra de formatos”,
publicado por Sergio Amadeu da Silveira
na Revista Select, de 1º Dez. 2011.
Tratam
do embate entre formatos abertos e fechados e buscam esclarecer o
papel do formato aberto para garantir a interoperabilidade e a
compatibilidade de textos produzidos a partir de softwares
diferentes.
Para
superar as dificuldades da incompatibilidade entre formatos de
documentos digitais, foi criado o Open Document Format (ODF) pelo
consórcio Organization for the Advancement of Structured Information
Standards (OASIS).
Baseado
na linguagem XML, o ODF é aberto e pode ser aplicado por todo
software de escritório para armazenar textos, planilhas, bases de
dados, desenhos e apresentações. Foi aprovado como norma ISO em
2006, tornando-se um padrão aberto internacional. A
finalidade do ODF é superar o aprisionamento lógico que um formato
proprietário pode construir.
Independentemente do software
utilizado para produzir um texto, ao salvá-lo em um formato ODF, ele
poderá ser aberto em qualquer programa editor de texto. Deste modo,
adquirimos maior autonomia e independência em relação à empresa
que desenvolveu o editor que permitiu salvar o arquivo. Além disso,
o padrão e o formato aberto estimulam a competição entre
desenvolvedores de software em cima de um mesmo conjunto conhecido de
especificações.
3b. Geopolítica: O
Brasil na defesa do Padrão ODT x EUA e a Microsoft
O
governo brasileiro apoiou a aprovação do ODF na ISO e incentivou a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) a adotá-lo.
Mas a Microsoft percebeu que o formato aberto logo anularia sua estratégia de fidelização (para publicitários) ou aprisionamento (para economistas e sociólogos) de usuários, pois ao ter que usá-lo em
seus produtos, deixaria de ser a única empresa a abri-los.
A Microsoft, como guardiã do software proprietário logo criou um
padrão próprio para enfraquecer a existência e adoção do ODF.
O mais interessante é que a Microsoft eufemisticamente chamou
seu formato de “Open XML”. Repare que o XML é uma linguagem
aberta, criada pelo World Wide Web Consortium (W3C), altamente
portável, que foi descrito assim na Wikipedia: “não
depende das plataformas de hardware ou de software. Um banco de
dados pode, através de uma aplicação, escrever em um arquivo XML,
e um outro banco distinto pode ler, então, estes mesmos dados”.
Assim,
para os desavisados, uma das empresas que mais cria
incompatibilidades programadas no mundo digital, teria lançado um
padrão aberto.
Ironicamente "you need Adobe Flash Player to see this video"
A
delegação brasileira na ISO votou contra a definição do Open XML
como norma internacional. O coordenador do ODF no Brasil, Jomar
Silva, escreveu 42 objeções técnicas sobre o padrão da Microsoft,
a maioria sem resposta até hoje. O Brasil conseguiu obstruir a
aprovação do Open XML por seis meses, mas diversos países mudaram
seu voto depois de uma grande pressão exercida pela Microsoft sobre
diversos governos.
Mas a história ainda não acabou aí!
Em meio
aos diversos telegramas entre as embaixadas norte-americanas e o
governo de Washington vazados e divulgados pelo Wikileaks, um deles
tratava da guerra dos formatos. Na verdade todos já desconfiavam que
a Microsoft atua e atuava em consonância com o governo
norte-americano.
O
presidente da Microsoft no Brasil, Michel Levy, procurou a diplomacia
norte- americana no final de 2007 para atacar a posição do
governo brasileiro, apontada como uma agressão à propriedade
intelectual, e fruto de uma postura completamente antiamericana. O
presidente da Microsoft pedia intervenção do governo norte-americano para barrar a ação contra o Open XML (grafado como XML no
telegrama, um erro claro do diplomata, devido ao "eufemismo" da própria
Microsoft).
O trecho
do telegrama é esclarecedor: De acordo com Levy, o Itamaraty
pressionou a Agência Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para
adotar uma postura mais agressiva contra o uso do ["open"] XML como um dos
dois padrões possíveis, juntamente com ODF no Brasil. Além disso,
Levy afirmou que possuir cartas enviadas pelo Itamaraty
a vários governos estrangeiros pedindo que trabalhem em conjunto
para suportar apenas o ODF, que possui código aberto como o padrão
internacional (Como ele conseguiu estas cartas?).
A
Microsoft atuou junto com o governo norte-americano para inverter a
posição de muitos países que consideravam equivocada a existência
de dois padrões ISO para formatos de documentos digitais. O ODF j
á era norma ISO. O peso de Washington e o lobby da gigante do mundo
industrial venceram a batalha e o Open XML foi aprovado, mas o ODF
não parou de avançar.
Se você
quer saber mais sobre as famosas espionagens dos EUA há ótimas reportagens no portal da Revista Fórum. Acesse:
Um
educador não tem completa autonomia para decidir sobre sua própria
criação se utilizou formatos proprietários. Se uma escola
produziu suas animações em Flash será obrigado a usar produtos da Adobe para visualizá-las.
Além disso, esse formato de arquivamento não permite que o
trabalho realizado seja recortado, ampliado, remixado,
recombinado e nem melhorado. Existem formatos que excluem as práticas
culturais recombinantes sendo completamente impróprios para sua
utilização no processo educacional, principalmente se a escola
pretende produzir Recursos Educacionais Abertos (REA).
O PDF é
um formato de arquivo aberto, ou seja, qualquer desenvolvedor tem
acesso às suas especificações e pode escrever aplicativos que
leiam o seu padrão. [Atualmente também é possível editar documentos .pdf com o LibreOffice. Ao exportar um documento para o formato pdf é só marcar a caixa Incorporar arquivo OpenDocument (veja a figura abaixo) que o arquivo fica editável no LibreOffice. Isso é mais um grande passo rumo à liberdade na criação de conhecimento - adicionado por Sidnei Lopes Ribeiro - 2014].
Como o LibreOffice permite edição de documentos PDF
Avery
Lee, um desenvolvedor de software livre, recebeu no ano 2000 um aviso do advogado da Microsoft de que seu programa de
edição de vídeo não poderia suportar o formato de áudio e vídeo ASF. Lee foi
informado que, embora tivesse feito engenharia reversa, a
implementação do formato era ilegal porque infringia patentes da
Microsoft.
Os formatos proprietários podem conter patentes, o
que impede completamente o seu uso livre e dá ao dono do formato o
poder de bloquear sua utilização para determinadas finalidades.
Para ser aberto um formato precisa ser baseado em padrões abertos.
Deve ainda ser desenvolvido de forma transparente e de modo coletivo, como ocorre, por exemplo, com o HTML 5. As especificações de um
formato aberto devem estar documentadas e ser acessíveis a todos
os interessados.
Por fim,
um formato aberto deve ser mantido independente de qualquer produto e
não pode ter qualquer extensão proprietária que impeça seu uso
livre. A garantia do livre fluxo do conhecimento, bem como os
esforços para assegurar o compartilhamento dos recursos
educacionais, para avançar a construção do comum e para expandir
a diversidade cultural impulsionam os formatos abertos, pois sua
característica é de enfrentamento das práticas de aprisionamento
lógico, cerceamento e controle da criatividade.
Fonte do
texto principal:
Formatos abertos,
por Sergio Amadeu da SILVEIRA
In:
RECURSOS
EDUCACIONAIS ABERTOS: práticas colaborativas e políticas públicas
Organizadores:
Bianca
Santana
Carolina
Rossini
Nelson
De Luca Pretto
São
Paulo/Salvador: 2012 - 1ª edição | 1ª impressão
Geopolítica Digital é um blog de sidnei lopes ribeiro (aluno
de pós-graduação do curso de especialização em Planejamento, Implementação e Gestão de EAD - PIGEAD, da Universidade Federal Fluminense (UFF), Junho de 2014). Professor de Geografia na Rede Estadual de São Paulo desde 1992.